domingo, 27 de fevereiro de 2011

Da vida um faz de conta


A gente não percebe, mas a vida vive dando dicas e sinais e mostrando coisas que podiam mudar tudo. O que teria mudado se eu tivesse deixado aquele avião decolar sem mim mais uma vez? Talvez não muito, mas uma coisa é certa, foi a melhor experiência que já tive.

Chegando no aeroporto sozinha, o que não foi nenhuma novidade, não sei por quê mas sempre achei que não teria alguém para me acompanhar ao aeroporto quando tomasse coragem de viajar sozinha. Acho que eu mesma nunca acreditei que faria isso e talvez as pessoas também não queiram perder tempo me acompanhando e me ver desisitir na última hora... E Deus sabe que eu quase desisti!

Pode parecer coisa de filme, mas o que me fez tomar coragem foi um menino que eu vi embarcando  no vôo que eu deveria pegar, ele tava indo com um amigo, com mochila nas costas mesmo, e parecia doido pra chegar logo no avião e começar ali mesmo uma nova história! Ali eu decidi que queria fazer a mesma coisa (e ele ser bonito não teve influência alguma na decisão).

Vou mentir se disser que o vôo foi ótimo, eu tenho clautrofobia, nada sério que me impeça de entrar em elevadores, mas sou doida por abrir janelas e - obviamente - não se pode abrir uma num avião...dormi o tempo inteiro, nem mesmo descobri se as comidas de avião são tão ruins quanto as de hospital!

Chegar foi uma confusão, não sei nem dizer a ordem de como as coisas aconteceram, estava tão nervosa pra maldita conversinha que ia me dizer se podia ficar ou se tinha que voltar no próximo avião que sofri um black out momentâneo (culpo tbm os remédios p/ dormir no avião) e a proxima coisa que me lembro é de subir a rua com mochila nas costas procurando um lugar pra me hospedar na rua 66. Minha surpresa foi ver os dois meninos que vi embarcando no mesmo avião mais cedo entrando numa casa no fim da rua.

Acabei me hospedando na rua 66 mesmo, na casa vizinha à dos meninos, a moça tava precisando de um dinheirinho e eu de um canto, mas na casa dos meninos não tinha mais quartos...Enfim... às vezes o impulso é maior que a razão, e nem sempre isso resulta em problemas!!!

Então, voltando ao começo do post...Talvez notar os dois embarcando no avião tenha sido um desses sinais que a gente deixa passar batido...E pegar o avião só me fez ter certeza que era uma experiência pela qual não poderia deixar de passar e a qual eu não posso mais adiar...

A viagem em si foi extremamente curta e com gostinho de quero mais...O vôo de volta foi mais rápido, e assim que eu abri os olhos, o meu quarto de repente pareceu tão pequeno perto do pedaço de mundo que eu tinha acabado de conhecer...

O melhor dessa viagem foi perceber que os sonhos não existem somente por devaneios de uma mente cansada...podem fazer da vida um faz de conta...mas principalemnte, podem trazer o faz de conta pra vida e lembrar o que está logo ali para alcançarmos...

Está quase na hora... e eu não vou perder o próximo avião.